terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mundo Canis: Um toque de sangue na feijoada brasileira


Episódio de Hoje: Mendigos da Antonio Carlos
Este pobre pseudojornalis-psicologo estava essa tarde em direção a sua faculdade... A gloriosa 3° melhor instituição do país, quase um orgulho para todos os brasileiros patriotas. Bem, eu pego o 2004, essa linha odisséica que cruza boa parte da cidade, passa por momentos da viajem que causa impressões diversas... A savassi com seu discreto charme burguês; a praça da liberdade em fase de trasformação natalina; o parque que é como um oasis; a praça 7, com seu charme decadente... Bom, daí pra frente parece não haver mais charme.
Mas, como não há chame, o espetaculo do desenvolvimento e as garras do progresso podem aparecer mais que nunca. A avenida que liga a cidade da Pampulha à cidade de Belo Horizonte já foi um local com butecos e oficinas mecanicas; depois transformou-se num cenario de guerra, só havia entulhos até então. Hoje está um canteiro de obras caótico, mas que toma forma de uma moderna artéria... talvez uma ponte de safena para a cidade.
Esse prologo é para ilustrar uma cena que vi, talvez apenas mais uma nesse Mundo Cão, mas que me chocou.
Em certa altura da avenida, logo após o viaduto novo havia um "buraco" entre edifcios, que alguns moradores de rua ocuparam, construiram barracas improvisadas e ali estava morando a quase um mês. Provavelmente o local não terá mais utilidade, tendo em vista que é um "buraco" e nada poderia ser construido lá. Tem um mês que vejo esses mendigos morando e improvisando condições de sobrevivencia, já que a constituição não passa de um monte de folhas marcadas com letras frias e uma lingua quase morta. Porém, depois de viver meu momento de glória como ser pensante, usar todo meu intelectuo superior nas dependências do éden dos intectuais, tenho que me recolher a minha impotência de estudante e pegar novamente o 2004. Desta vez, não havia mais mendigos nem choupanas no "buraco", mas maquinas demolidoras, uma viatura, pedreiros a serviço do progresso e mendigos desesperados olhando de longe sua malorca sendo destruida. Ninguém saberia dessa historia se eu não relatasse aqui, e talvez não mude em nada o que aconteceu e o que acontecerá com quem não tem um teto para se protejer dos meteoros que não param de cair. Mas eu senti um desepero dentro do onibus, de ver o mundo sendo arrombado por maquinas, para passarem mais maquinas com pessoas com pressa para trabalhar como maquinas... e politicos maquinando como se promover para a proxima eleição!
É! ESSE MUNDO É CÃO!!!

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