quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Vinte e dois

Sirvo-me um copo de cachaça e refrigerante. Meu semblante não é o dos mais doces ao tomar, minhas mãos me condenam. Sento-me no escuro enquanto um amigo dorme o sono merecido de mais de um dia de privação; ele ignora a luz do monitor. As idéias para a redação vieram de um filme, que não difere dar nome. Nesta semana que passou foi comemorado meu aniversário, noite bohemia, ar que exalava descontração, ambiente amigável ao bel proveito. Com um copo de cerveja brindei várias vezes a minha pessoa, bradando sempre "Uma vez por ano eu posso!" - verdade digo que todos os transeuntes do tempo ao passarem pelo marco inicial, devem também brindar a isso. Não existem medo ou insatisfação suficientes no mundo para impedir alguém deste alívio. Não mesmo. A redundância da escrita é a plenitude do ato. Acredito nisso.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Das Cu - Uma crônica de 35 centímetros

- O Quê? Nem pensar!

- Pô Jéssica, você ta exagerando. Você sabe que dá

- Dá? Essa é a ultima coisa que vou fazer! Eu não!

- Mas isso ta no seu contrato! Você leu e assinou na minha frente, mulher! E você há de convir que com o tanto que já entrou aí da pra ir a marte e voltar.

- Mas não num tranco só!

- Você ta exagerando, mulher. Olha, o cara é velho de guerra, você não vai ser a primeira que ele vai fazer não. Parece pior do que é. É só relaxar e deixar subir.

- Você diz isso porque não é você depois que vai ter que ir no banheiro com a leve sensação de que a água vai sempre bater na sua bunda.

- E é exatamente por essa sua bunda maravilhosa que eu to pedindo isso. Você é a número um. Você é minha gostosa. Minha flor de jasmim.

- Para com essa bobageira que eu não caio nos seus encantos mais não.

- Ta bom. Mas a cena vai ser gravada.

- Sim, com outra atriz.

- Ai que caralho, mulher! Me ajuda aí! Você sabe que esse seu corpinho não aparecer, não tem grana. Vai tudo pro saco!

- Pois é, eu só sei que aquele saco não bate em mim.

- Jéssica, você sabe que o homem só aprova o orçamento se ele puder tocar em sua homenagem.

- Ué, quem mando você me dizer - “ Não Jéssica, você vai lá, da uma rapidinha, e o velho morre de encanto” – ele tinha é que ter morrido do coração.

- Mas não morreu, e ta aí bancando nossas filmagens. E você sabe como o careca é tarado, só de imaginar a cena ficou de barraca armada!

- O que? Você notou um botão a mais na calça?

- Ta vendo, você gosta é de impacto, e nada melhor que uma picape quatro por quatro pra amaciar o terreno.

- Quatro por quatro? Aquilo é um jumento! Em mim não entra!

- Ta bom, ta bom. Eu te pago o dobro

- O dobro? Pelo pacote tem que ser o triplo!

- Aí você ta apelando, né?!

- Quem vai ficar pelando não é você, então é o triplo ou nada.

- O que que eu posso fazer. Vai pro sofá.

- E aí Marcelo, convenceu a princesa?

- Grande Carvalho!

- Até a voz é grossa.

- Num da chilique não Jéssica, trato feito é trato justo. Esse é seu parceiro de cena

- Vai ser um prazer dona

- Só se for pra você.

- Que bom que vocês se entenderam. Carvalho, pode ir preparando que essa aqui você não esquece tão cedo.

- Não é por nada não, mas acho que vai ser o contrário.

- Metido.

- Vai ser você agora. Posicionem-se. Câmera um, ok? Câmera dois? E Ação

- Ai, ai, ai, devagar, ai, ai, ai, Ai, Ai, Ai, AI, AI, AI, AI, te amo.

“o prazer é intrinsecamente destruidor” - Marquês de Sade

O que importa no fim das contas é o saldo

A alguns meses atrás, recebi o convite de um velho amigo para participar de um blog. Como vocês vão perceber, seja neste ou em outro texto por vir, sou péssimo na escrita. Nunca foi meu forte, isso se eu possuir quaisquer características que possam ser descritas neste termo. Bem, hoje tomei as rédeas do meu ócio e resolvi tomar partido dessa empreitada. Não esperem de mim textos políticos, com conteúdo crítico ou construtivo; para isso já bastam os jornalistas partidários que povoam os jornais de hoje. Não. Vindos de minha pessoa apenas cenas do cotidiano e/ou situações que me proveram humor. O deleite que me motiva. O prazer que me empenha. O trabalho que me empobrece. Sou uma pessoa sem muitos pareceres ideológicos e com ainda menos intenção de me colocar para isso ou de ceder a essa tentação.
Você deve estar se perguntando o porque desse texto, afinal este espaço deveria ter algum tipo de conteúdo convincente, pelo menos recreativo. Garanto que quando puder e tiver como farei ambos, mas este é meu primeiro texto e, como meu velho diz, o homem é um animal de hábitos. Outra coisa que posso quase garantir é que esta será minha maior contribuição, pelo menos em extensão de linhas. O meu maior problema sempre foi continuar a escrita, sem me perder demais ou devanear ao vento. Sabe aquela sensação que se tem ao entrar em um elevador de um prédio muito alto e a primeira parada já se projetar para fora? Pois bem, alterne elevador por idéia e andar por distração, e você terá provavelmente um bom escritor em bloqueio criativo. Este, com certeza, não é o meu caso. Sou claustrofóbico.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ao Magnífico Vagabundíssimo Conselho Editorial JO,


Enviei um convite ao nosso companheiro de lutas Renan Benini para compor a cúpula conselheira dos fesceninos e mal ditos jornalistas.  A análise de seu curriculum vitae evidencia uma trajetória política e acadêmica, realmente, invejável. Boêmio, filósofo, psicopatológico, frequentador do D.A. FAFICH desde 2007 e precursor do movimento Nova Antropafagia, Benini compôs mais de 30 músicas e criou mais de 900 teorias de  bar! Tendo em vista a importância histórica, o perfil e o conjunto de habilidades e competências do dito cujo, solicito a convocação de uma reunião extraordinária dia 8 de outubro, sexta-feira, às 11h, no templo sagrado, para discutirmos sobre as diretrizes junto ao mais novo integrante do subversivo jornaleco. 

Atenciosamente hipócrita,

eu mesmo