sábado, 6 de fevereiro de 2010


Foto



Sobre meus olhos poetizo a vida

E dela faço figurante

Desdobro e dobro seus viajantes

Em figura simetricamente indefinida


Mostro-lhes a luz indeferida

Por uma outra vida errante

E no papel faço dela sombra vazante

Que toca o ponto de fuga da ferida.


Eterna foto, de ti não serei comedida,

Não pouparei elogios caso me deixes arfante

E nada hesitarei caso me deixes exultante

Só te peço, não passes por mim apenas na ida.


Volte, me arrebates em pensamento, me deixes vencida

Faça de mim algo incessante

Até que eu fique estonteante

E ti olhes com olhos de apenas um passante


Fotografia e Texto: Marina Passos